quarta-feira, abril 25, 2007

BARCOS QUE O HORIZONTE REJEITA... (Textos para ler e deitar fora I)



E é aqui, na memória,
que reconstituo os passos que me levaram ao centro de ti,
passando os ventos e os barcos,
mergulhando em pássaros e luas,
ouvindo a tua voz que não cessa.
Como um sopro, subindo por mim,
maré e monte, deserto e fonte, até ao cume da alma...


Lá...
Onde digo o teu nome,
num baptismo de espumas ébrias,
por entre o tumulto das saudades...
As que não se diluem em esferas, tempos, idades, esperas.

E sigo...
Dominando o leme que empurra este rumo de acaso.
Como se o destino não estivesse escrito na determinação dos teus lábios...

que se calam, negando-me a palavra...
como barcos que o horizonte rejeita...

E é na memória do teu ausente abraço, que o meu ser mulher se deita...

(...)

Nina, num momento...


(Texto roubado ao passado)

5 comentários:

ferreira disse...

Textos tão brilhantes...não percebo o...« Textos para ler e deitar fora »;
Pode perguntar-se?

Ni disse...

FERREIRA:

Não são textos brilhantes, caro amigo! Longe, muito longe, de tal adjectivo!
...

Foi um exercício de catarse... colocar estes 4 textos em consonância.... há um elo entre eles...

E refiro o apagá-los... porque é preciso 'deixar ir'as palavras...

Sorriso.

NI*

ferreira disse...

Penso concordar com ...'deixar ir'as palavras...
Sorriso enorme.

Rui Gonçalves disse...

São de ler sim, mas não são de deitar fora ... a menos que nos digas onde, para ir recolhê-los.

Amaral disse...

Deixar ir as palavras fará parte da ilusão... Quer a palavra ou qualquer pensamento terá um lugar determinado no puzzle universal, algures dentro ou fora da roda cósmica...
O teu barco continua imenso na imensidão das águas que nos guiam. É na memória dum gesto que esse gesto festeja nos céus.