quarta-feira, abril 29, 2009

SE TU ME DEIXASSES... (*)




(*) Post recuperado de Abril de 2007


Hoje, acenderia estrelas

entre a tua pele e a minha.

Derramaria nos teus lábios toda a ternura

que te pertence.

Libertaria as pombas azuis

do lago das tuas memórias

e voaria, eu, em ti.

Traçaria com a minha língua o mapa húmido

da rota dos navegantes que ousam

e não temem as marés vivas.

E diria às tuas asas que voar é possível

e que o caminho é ascendente,

em espiral, em murmúrios salgados e confluentes...


Se tu me deixasses...



Ni*

«PARA MI CORAZÓN BASTA TU PECHO...»




Para mi corazón basta tu pecho,
para tu libertad bastan mis alas.
Desde mi boca llegará hasta el cielo
lo que estava dormido sobre tu alma.

Es en ti la ilusión de cada dia.
Llegas como el rocío a las corolas.
Socavas el horizonte con tu ausencia.
Eternamente en fuga como la ola.

He dicho que cantabas en el viento
como los pinos y como los mástiles.
Como ellos eres alta y taciturna.
Y entristeces de pronto. Como un viaje.

Acogedora como un viejo camino.
Te pueblan ecos y voces nostálgicas.
Yo desperté y a veces emigran y huyen
pájaros que dormían en tu alma.

Pablo Neruda




Voz: Juan Jose Torres



segunda-feira, abril 13, 2009

ENFRENTANDO O CAMINHO...

Enfrentando o caminho, partilhando-o com quem aceita o meu afecto, perfumando-o a cada momento... com o que de melhor há em mim.
É assim que eu vivo, porque é assim que eu sou.
*
Ni*





sexta-feira, abril 10, 2009

A TODOS OS AMIGOS...

Agradeço-vos a sensibilidade, a ternura, a amizade que colocam em cada comentário... em cada palavra que me oferecem.
Nesta Páscoa... que o renascimento aconteça nas nossas vidas... que se active a saúde (a minha está preocupantemente frágil), a alegria, a abundância, para todos nós.
Um abraço embalado para cada um... na mais pura verdade de quem sou...
Ni*


quinta-feira, abril 09, 2009

APENAS UM MOMENTO...


(...)


Um dia, abracei-me
despida das asas de espuma,
ébria pela memória de ti.
E dissolvi-me
nos olhos congelados do infinito.

...
Apaguei-me na rima,
em ritmo lento,
dificilmente fácil,
de um preso momento.
Desenhado e gritado,
pelo vento da alma da ilha
de que me despedi.
...

SAL SAGRADO... BOA PÁSCOA!




'Deve haver algo de sagrado no sal.

Encontra-se nas lágrimas e no mar'

Khalil Gibran



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AS CEREJEIRAS JÁ FLORIRAM, AMOR...

HOJE...
(Foto: António Pereira)

ONTEM...


(Foto: Pedro Martins)


Podia dizer-te que me fazes falta.
Podia contar-te como as minhas mãos me contam dos seus gestos suspensos, porque tu não estás para acabar o verso.
Podia falar-te da vontade de desenhar reticências de chuva, com os silêncios que me escorrem dos olhos.
Podia dançar-te, num murmúrio de voz que te envolvesse em aromas de pomares, de tulipas e de afectos.
Podia voltar a dizer-te que me fazes falta no beijo há tanto tempo adiado, que trouxesse tudo com ele... o mar, as ondas, as gaivotas, as conchas, a vontade de ficar, o teu perfume que ainda guardo, invencível, na memória da minha pele.

...

Mas eu calo-me. Espero que tu saibas. Espero que tu sintas tudo o que te poderia dizer em cada momento que deixo por aí, livre, entregue ao som do vento, que insisto em oferecer diluído em abraços. Como toque de areia fina. Como toque de acaso encantado.

Espero que tu saibas. Espero que tu sintas.

É que as cerejeiras já floriram, amor...


Ni*

(2007)




segunda-feira, abril 06, 2009

POUSA O SILÊNCIO DAS PALAVRAS SOBRE A ÁGUA...


Dizes-me que escutas o silêncio das palavras.
Eu sorrio-te.
E na mão que te estendo, poderia colocar letras.
Todas maiúsculas.
Para que as ouvisses dançar
quando lambo a tua pele
e dela faço o meu poema.


Mas sorrio-te, apenas.
E olho-te.
Não com um olhar fugidio de quem receia
o encanto de ser encantada...
Mas com olhos de água.


E agora, diz-me...
escutas o silêncio do sal na água?


Ouve.
Ouve bem.
O que te diz?
Conta-me... sem pressa.

...

O início de um mundo
é apenas o sopro de um nome, sabias?
Murmura o meu...
Ou geme-o.
Ou grita-o.


Pousa o silêncio das palavras sobre a água...
E ousa ser o canto da minha primeira madrugada.

...

Ni*

sexta-feira, abril 03, 2009

PAIXÕES, PAIXÕES...

(Post colocado hoje no blogue «QUEM ÉS TU?»... porque foi onde surgiu este desafio... e vale a pena acompanhar a partilha que os meus meninos estão a fazer por ... :) Gente bonita, céus!)
__________.o0o.________
*
Um prazer partilhado é um prazer redobrado.

Desde que surgiu no blogue o tema 'PAIXÕES'... são inúmeras as vezes que venho aqui, ao longo do dia, 'espreitar' esta janela da alma... na expectativa de encontrar novos posts... partilhas.


É fascinante descobrir-vos... 'saber-vos', conhecer-vos mais e mais... e... surpreender-me. Fascinar-me com as pessoas bonitas que vocês são... e que passam testemunho do bom, do bem que vos ilumina a vida. Porque as paixões (pela vida e pelo que ela nos oferece....) são alimento para a vontade de ser feliz.... energia vital. Nunca percam essa capacidade de desenhar sorrisos nos outros! O vosso próprio sorriso aumentará (sim, acredito MESMO no que escrevi!), pois uma só vela pode acender centenas de velas sem perder a sua luz, o brilho da sua própria chama. É este o milagre simples a que chamamos: PARTILHA.

...

Porém... a hora em que mais me delicio com o que vocês escrevem é... tardia. Gosto da noite - e do dia... :) - gosto muito da noite, do silêncio da quase madrugada, quando a cidade dorme, o coração se abre em labirintos para percorrer e enigmas para decifrar e as horas são só nossas... A NOITE é uma das minhas paixões. Escrevo 'na' noite (Outra Paixão... a ESCRITA. Talvez seja este ano que publique 2 livros... 'Cartas a um Amor Futuro' e... 'Momentos'... shhhh... segredo...)... acompanhada por um chocolate quente, um decaffeinatto ou um latte machiatto... DOLCE GUSTO (outra paixão!).



E LER...


LER é uma cumplicidade que se estabelece com o livro... é uma intimidade que se prepara (quase) como um encontro amoroso. É diferente ler enquanto viajamos de Metro ou ler, à noite, no nosso quarto... ao som de «Solitudes - Angel's Embrace - exploring Nature With music» (se não conhecem... aconselho! Sons de mar, de chuva... de pássaros... em harmonia com vozes que nos abraçam e enlaçam suavemente, mas não nos prendem... sons que estimulam as asas da nossa liberdade de ser e sentir...).

Permitam-me que partilhe convosco um livro:

«A SOMBRA DO VENTO»


Narra-se uma história sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros. Apresenta ao leitor um mistério literário passado em Barcelona, na primeira metade do século XX, num crescendo de "suspense" que se mantém até à última página. Este livro partilha uma trágica história de amor, cujo eco se projecta através do tempo.

Deixo-vos aqui um 'dolce gusto' desta leitura, através de alguns excertos:

"Ele costumava dizer que existimos quando alguém nos recorda”

“Alguém disse uma vez que no momento em que paramos a pensar se gostamos de alguém, já deixámos de gostar dessa pessoa para sempre”

“… às vezes uma pessoa sente-se mais à vontade para falar com um estranho do que com as pessoas que conhece… […] Provavelmente porque um estranho nos vê como somos, e não como quer acreditar que somos.”

“Poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho até ao seu coração.”
“Aquelas primeiras imagens, o eco dessas palavras que julgamos ter deixado para trás, acompanham-nos toda a vida e esculpem um palácio na nossa memória ao qual, mais tarde ou mais cedo – não importa quantos livros leiamos, quantos mundos descubramos, tudo quanto aprendemos ou esqueçamos – vamos regressar.”

“Os livros são espelhos: só se vê neles o que a pessoa tem dentro.”

"Os acasos são as cicatrizes do destino.”

“As pessoas estão dispostas a acreditar no que quer que seja em vez da verdade.”
...


Ah... e uma outra paixão que tenho: VIAJAR. Há muitos locais onde preciso de ir (alguém gostaria de me acompanhar nestas viagens?):





Ni*


quinta-feira, abril 02, 2009

PAIXÕES

«p.s. - Todas as pessoas deveriam partilhar não só segredos, mas paixões...
Ass: Sara Correia* (1)»

(1) A Sara é minha aluna este ano. Mas é mais, muito mais do que aluna. É amiga. É afecto. É simplicidade. É partilha. É mestre. É um ser muito bonito que a vida colocou este ano no meu caminho...
_________.0O0.________
*
Este é um post que coloquei esta madrugada no blogue colectivo «QUEM ÉS TU?», que tenho o prazer de partilhar com os meus alunos.
Lembrei-me de alguns bons amigos que passam por aqui e que talvez gostassem de se juntar a nós nesta partilha de PAIXÕES.
*
Ousam?!
Então contem-nos...
Quais são as vossas paixões?
*

Talvez alguns de vocês se lembrem de algo que disse numa das primeiras aulas: «Nós somos a nossa memória... Um ser que perca a memória perde a identidade... as marcas digitais do afecto. Mas... se somos a nossa memória... somos também, e felizmente, as nossas paixões.

Achei o 'Post Scriptum' da Sara espantoso...
Pensei imediatamente em lançar-vos este desafio:


QUEM OUSA PARTILHAR AS SUAS PAIXÕES?

Porque uma paixão é uma energia bonita... e faz-nos bem conhecermo-nos e reconhecermo-nos no(s) sorrisos do(s) outro(s).

Esqueçamos, por breves momentos, as dores! Imaginemos que temos gavetinhas no coração... com cores... onde guardamos as nossas memórias. Na azul, embrulhadas em papel de seda, guardemos as dores que se querem transformar em água e sal. Não as ignoramos (isso seria colocá-las a germinar...), apenas as guardamos. Mais tarde, quando quisermos e/ou pudermos... abrimos a gaveta azul. E a verde... onde guardamos sonhos. E a vermelha, onde depositámos mágoas que não sabemos (ainda) como resolver. E a branca... onde moram os abraços de vento suave de quem passou pela nossa vida e... partiu.

Tantas cores... todas importantes, todas partes de nós.

Agora... vamos abrir a gavetinha amarela... solar... plena de luz, onde guardamos as paixões, os laços que nos enfeitam o mais belo presente que temos:
A VIDA!
*

Hoje vi um filme ('Feliz Acaso') de que gostei e onde a certa altura um amigo diz para o outro: «na antiga Grécia, como epitáfio, não se teciam elogios. Colocava-se apenas a pergunta: 'Que paixão teve este Homem?'...» E era pela paixão que cultivou em vida que alguém era recordado. Bonito, não acham?


Vamos falar no presente?
Que paixão/paixões temos?
Eu começo por algo simples. Podia falar do mar, da música, de dançar descalça, de rir, da cor azul, de cerejas, de poesia, de gatos, da lua, do silêncio, de abraços... mas revelo já uma paixão:

ROSAS E TULIPAS AMARELAS... :)






CC... Ni*

quarta-feira, abril 01, 2009

ÉS O POEMA. E ESTÁS EM MIM...



Em mim, moras tu. Moras na sede da minha pele, e nela te sacias, repousas e renasces. E em cada segundo... a cumplicidade do olhar, onde nos deitamos, num prazer absoluto. Sem vergonhas nem vertigens. Em mim, moras tu. Segredam-me ventos os teus segredos. Agita-se a tua alma nos meus poros. Desassossega-me o teu corpo, que me sabe as margens transbordantes, as fases crescentes e as marés vivas. Olho a página em branco e não escrevo. Hoje não te escrevo uma carta, amor. És o poema. E estás em mim.



E o resto, o resto não importa.

E sorrio...





Ni*, in Cartas a um Amor Futuro, 2008


Mia Per Sempre - Josh Groban