quarta-feira, outubro 31, 2007

REGRESSO A CASA



...

Um dia destes... ofereces-me uma palavra embrulhada em papel de seda, da cor da rosa amarela. E eu ofereço-te a minha pele desembrulhada, para que lhe encontres a cor. Seremos UM nesse momento. Simplesmente. Como se ambos tivessemos regressado a casa.
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segunda-feira, outubro 29, 2007

UM 'MAIL' DE AMOR...


Reparei agora num 'mail' que o meu filho mais novo me enviou há umas horas atrás...

Ele já dorme. E eu, depois deste 'mail' de AMOR... vou dormir também, com um sorriso que me nasceu na alma...


domingo, outubro 28, 2007

NEM EU...

...
Os nossos olhares ancoraram-se, assim que nos reencontrámos... e nós, ainda prisioneiros do impossível, rimo-nos, impavidamente emocionados...

E tu ainda pudeste ciciar-me, numa curva inesperada do tempo dos olhares: «Sabes, eu nunca consegui esquecer-te...»
...
Nem eu.

Nem às manhãs partilhadas... com um rumor de carícias, um latejar de incenso... um amor feito e refeito... uns bagos de uva branca na boca...

Nem eu...

E os meus olhos dançam nos teus dedos, lembrando cada terno toque... abraçam-te em cada palavra, outrora esvaída no gemido e calada pelo beijo... saudosos da queda nos campos de papoilas dos lençóis, das cascatas de abraços, dos desejos acesos, dos caminhos bordados a palavras e certezas, nos poemas entrelaçados de promessas.

Da certeza do "nunca" ser demasiado cedo nem tarde para tanto amor...
E depois...
Tanto pássaro desfeito, tanta sede semeada, tanta incursão no medo...

«Sabes, eu nunca consegui esquecer-te...»

Nem eu, meu amor....
Ni*, in 'Memórias De Um Amor Futuro'

ABRE OS BRAÇOS E VOA COMIGO...



Meu Amor,

Olhei-me numa fotografia amarelecida e revi uma menina, sorrindo, no meio de bonecas, livros, mantinhas de lã e muito amor. Era feliz e não o sabia. Ou talvez soubesse. Só não sabia que vivia num momento que iria desaparecer.

Naquele meu sorriso habitava o desconhecimento dos monstros ocultos em tantos mares por navegar, das despedidas anunciadas, da imensa fragilidade das existências. Ignorava que a vida adulta é, essencialmente, cadeia na qual as intermitências luminosas convivem com incertezas e angústias várias e que nos apegamos à vida, cravando as unhas na nossa própria pele, rompendo joelhos, pés e mãos na caminhada, porque, conscientes das nossas consecutivas finitudes, perseguimos, ébrios de sonho, um simulacro de eternidade.

Meu amor, não temas, não ficarei enredada nos estilhaços da minha memória. Cada momento transportar-me-à para o momento seguinte, fazendo-me esquecer e renascer um pouco. Inspirarei em longos haustos cada estridência solar.

Mas nunca prometerei não olhar para trás, estátua de sal eu seja, se tal for determinado por quem dita o porvir. As minhas lembranças embaciadas, desarrumadas, insurrectas quanto às cronologias lineares são a minha matriz vivencial e quero partilhá-las contigo, meu amor.

Quero ofertar-te a minha infância.

Abre os braços e voa comigo...

...e tudo o que de mim eu sei
a ti, que tua sou, eu dei.
Ni*




sexta-feira, outubro 26, 2007

(CONVITE) LUNAR...



Vem desenhar o meu nome, com a tua língua,
na minha pele tão deserta de palavras...
...


Vens?

...

Ni*

terça-feira, outubro 23, 2007

ARROZ TÃO DOCE...

(Clique sobre a foto para a ampliar)
*
Há semanas que os elogios ao arroz doce, feitos por colegas e alunos, me deixavam na boca aquela vontade de voltar aos sabores dos Natais da infância. Frios, em Lamego, com a lareira feiticeira que enfeitava os cabelos de tonalidades avermelhadas. E de voltar às conversas com a minha avó Rosinha. Quentes, aconchegantes. Doces. Como o arroz.
*
- Um dia vais ser tu a fazer o arroz doce no Natal, Ni. E vais lembrar-te do segredo.
- Segredo, vó? (olhos abertos de encanto, como são os olhos quando temos 5 anos...)
- Sabes porque é que o arroz é doce, Ni?
- Tu meteste açúcar! (Decepção na voz...)
(Olhos azuis brilhantes, sorriso tão meigo... o teu, vó Rosinha.)
- Sim, algum açúcar... mas só é doce porque coloquei também o ingrediente secreto: AMOR. É com ele que se adoça a vida, o coração, as palavras, tudo o que fazemos.
- Vó... então tudo pode ser doce?
- Tudo, Ni.
- Até quando o coração dói? Até o mar? Até quando volto para Lisboa e os teus olhos mudam de cor, ficam cinzentos, e tu mordes o lábio? Até a sopa de espinafres, vó?
- Tudo, Ni.
- A sopa não...

(Clique sobre a foto para a ampliar)
*

Hoje... provei o arroz doce que tanto elogiavam. Tímido. Triste. Numa embalagem de plástico, triste também. A seguir ao jantar... recuperei um pouco da minha infância: fiz arroz... doce. Como a avó Rosinha fazia... num 'ponto' semelhante ao leite creme. E como a D. Rosa, vizinha dos meus pais, na minha infância, me ensinou... 
Garanto-vos... sabe a AMOR. Aos amigos que conhecem o meu refúgio sagrado (a minha casa)... apareçam! Há no ar um odor a limão e canela... e o meu sorriso habitual para vos abraçar. Porque a vida é feita de momentos assim... e é bonita!
E doce...
Ni*

segunda-feira, outubro 22, 2007

AINDA QUE EU TE NEGUE...


O teu nome pulsa na minha memória com a cadência do ritmo do meu respirar. Estás nele. No meu respirar. Estás em cada sentido meu e enfrentas-me em sentido contrário. E eu não baixo o meu olhar. Ainda que te negue. Ainda que negue que me nego. Fecho os olhos, mas tu continuas em mim. Gostaria de saber como esquecer-me da intemporalidade dos teus beijos. Acredita... há coisas que nunca conseguirei aprender. É que tu estás no meu respirar. Ainda que eu o negue...



Ni*

sábado, outubro 20, 2007

PRECE

Nota: devido a uma desconfiguração todos os posts terão que ser reeditados. É algo que farei lentamente... aproveitando também para seleccionar apenas os que mais me espelham no AGORA, ainda que o agora - tantas vezes- remeta para um momento na memória...
*
Ni
PRECE (Post recuperado de 21 de Abril de 2006)



E na Tua presença, que me preenche os vazios,
na água sagrada, corrente na veia dos rios,
eu elevo uma única prece...

Que eu saiba sempre encontrar o trilho até Ti...
Sete Caminhos cruzados,
sete elementos com o TODO partilhados.
Que não retorne ao que já percorri.
Que os meus passos sejam de VIDA.
Que a minha busca ousada seja permitida.

Dá-me a sabedoria de intuir,
da energia deixar fluir.
Luz- SOL- Fogo e Brilho - LUA - Resplendor,
anfitriões da alegria fértil e jamais da dor.
Duas faces do TODO...
UNO
ao encontro predispostos
e nunca opostos.

Conduz o meu pensamento,
como criança confiante,
até ao coração da verdade com que me dou.
EU SOU.

E nos momentos de solidão...
mostra-me que nem sempre um sim
é melhor do que um não.
Que o círculo sagrado se complete e me fortaleça.
Que a força do Universo,
que eu canto em cada música de palavra feita verso,
me toque com a leveza do vento,
a profundidade do mar,
a estabilidade da Terra,
a firmeza da rocha.
Que assim aconteça.

Que assim seja, que assim se faça!
Assim já É.

(...)

Nina





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quinta-feira, outubro 18, 2007

O MEU CORAÇÃO...




O meu coração quebrou-se

Como um bocado de vidro

Quis viver e enganou-se...

.




Fernando Pessoa

quinta-feira, outubro 11, 2007

quarta-feira, outubro 10, 2007

«MESMO...»


Foto minha - Valladolid (Agosto 2007)

- Clique sobre a foto para a ampliar -




«Gosto mesmo de ti...». E o sorriso adivinhado, o teu, ao brincares com as minhas palavras, como quem me acaricia o cabelo, a nuca, me beija o pescoço, me morde o lábio ou me conta sobre as espirais do tempo que vê nos meus olhos... «Mesmo, mesmo?». Sei que me sabes até nos silêncios e para além desta minha inabilidade em dizer-te o quanto gosto de ti. «Mesmo...». Como a minha voz de menina, que se torna rouca quando te confessa fantasias desejadas no teu corpo e na tua alma. Em intenso espelho. Em silêncios. Em gemidos. Em nomes que nos inventamos. Em pedidos sussurrados. Em confissões doces quando me despes à pressa. Entre nós há momentos em que a música é a maior verdade. E somos nós que a fazemos. Até ao momento em que a música se torna poema, quando me espraio sobre o teu peito e me curo de todas as dores encastradas no meu...


Ni*, in 'Memórias de um Amor Futuro' (excerto)

segunda-feira, outubro 08, 2007

AMANTES DA LUA


Hoje...
Quero sentir nos poros
o abraço de vento dos teus olhos.
Tu, sede da seda do meu ventre.
Eu, acetinadamente nua no horizonte do teu corpo.
Nós, arrepio.

...

A madrugada...
ancorada na eternidade do momento.
Em viagem adiada...
Adiada...
Adiada...
...enquanto uma música inaudível se solta,
em espiral,
quando tocas os meus seios.

...

Hoje...
Quero-te.
Febril.
Uivante.
Em mim.
Como só os amantes da lua sabem...

Ni*




Uma belíssima recriação de Célio Soares:

"Hoje...
Quero sentir nos poros
A madrugada...
Adiada...
Adiada...
Hoje...
o abraço de vento dos teus olhos.
Em viagem adiada...

...

Eu, acetinadamente nua no horizonte do teu corpo.
...enquanto uma música
ancorada na eternidade do momento.

...

Tu, sede da seda do meu ventre.
quando tocas os meus seios
Febril.
Uivante.
Em mim.
inaudível se solta,
em espiral,

...

Quero-te.
Como só os amantes da lua sabem...
Nós, arrepio".


Célio Soares

sábado, outubro 06, 2007

RECADO II



Tenho ternuras escondidas nos dedos.
Tenho anjos que espreitam através dos meus olhos.
Tenho sorrisos que não se apagarão,
nem por ti...


Porque já não me importo,
amor,
que não sejas o meu amor.
Porque já não me importo,
amor,
que o vento não me abrace com o teu nome.

...

Renasci.
Sem ti.


Ni*



terça-feira, outubro 02, 2007

DOIS ANOS...




«Põe quanto és no mínimo que fazes»

Fernando Pessoa
.
.


Tem sido assim...
Hoje, este blog faz dois anos.


Ni*

segunda-feira, outubro 01, 2007

«...E SÓ DE OUVIR O VENTO PASSAR»


«Às vezes ouço passar o vento;
e só de ouvir o vento passar,
vale a pena ter nascido.»

Fernando Pessoa
...
Sorrio.
Deixo o meu abraço de vento...

Ni*