domingo, setembro 20, 2009

LUZ...




(Fotos tiradas por mim, em Julho...)

Luz, força... porque preciso muito dela para amanhã.


Agradeço a todos/as os/as amigos/as que têm sido a minha única asa... nestes últimos meses, uma vez que as minhas estão feridas e (quase) desaprenderam de voar.

Em minha casa, no local onde lecciono... por telefone, email, sms... por pensamento... obrigada pela vossa presença!

Ainda aguardo um telefonema do médico para confirmar amanhã uma intervenção cirúrgica (pouco invasiva, mas com algum risco) à coluna, para saber em que hospital a farei... horas...

Mas... a ansiedade... o medo misturado com a esperança (que cocktail explosivo!) de dar mais um passo para me livrar destas dores, companheiras traidoras de caminhada, está a apoderar-se de mim.

Abraço de vento... dos embalados pela música e cor do mar...


Ni* (eu volto...)



domingo, setembro 13, 2009

PESSOA E BETHÂNIA...





Sempre tive uma grande admiração pela voz de Bethânia a declamar Fernando Pessoa.


É profunda... como o é a voz de uma PESSOA que sente...


Este poema é de uma beleza e profundidade que não deixa indiferente quem o lê/ouve.


Sintam-no...


Ni*


~*~


Fernando Pessoa


Todas as Cartas de Amor são Ridículas



Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.


(...)

~*~

Um excerto de Cartas de Amor... ridículas.

«Cartas a um Amor Futuro...» um projecto de escrita... que, espero, não seja ridículo...



Não tenhas medo de voltar a acreditar. Tristes são os fins, nunca os inícios. O Amor, não o temas. Ele é espada afiada, mas não contra ti. Pousa a tua mão, devagar, sobre o respirar da noite e sente, no silêncio, entre ecos de luas azuis, os nomes que te desenham as memórias: um poema, uma canção, uma cidade, um rio, uma cor, um mês, um abraço. Nomes. Em ti. Como uma rede de veias nas ruas do teu corpo. A vida nunca foi só inverno, lembras-te? Nunca foi só bruma e desamparo. Se bem que chova ainda, não te importes, não tenhas medo. Ousa. É a tempestade que faz ruir os muros. Deixa o teu coração ser solo sagrado para um amor-perfeito. Como um poema açucarado bebido num beijo. Hão-de pedir-to quando chegar o tempo das cerejas. Ou antes. Não tenhas medo de voltar a acreditar... e sopra-me ao ouvido o que responderias se te dissesse 'Eu acredito...', com a certeza dos veleiros que levam os sonhos para o mar.

*

Ni*, in Cartas a um Amor Futuro


segunda-feira, setembro 07, 2009

CONVITE LUNAR...



Vem desenhar o meu nome, com a tua língua,
na minha pele tão deserta de palavras...
...


Vens?

...

Ni*

sábado, setembro 05, 2009

«Celtic Memories»


(Clicar para aumentar a foto-montagem)




«(...) amanheço dolorosamente, escrevo aquilo que posso
estou imóvel, a luz atravessa-me como um sismo
hoje, vou correr à velocidade da minha solidão.»


Al Berto




Tenho o olhar escondido nas mãos
que cheiram a ilhas desertas de ti.
...
As aves traçam rumos de ida
e a tua voz vai com elas.
E tu segues a tua voz.
...
Tenho medo que não regresses do invisível.
Tenho medo de (te) pensar
«à velocidade da minha solidão.»
...

Ni*