quinta-feira, julho 21, 2011

VIESTE. TRINTA LUAS E UM EQUINÓCIO DEPOIS...


Vieste. Trinta luas e um equinócio depois. Vieste e trazias promessas e memórias e sonhos sépia, colados ao teu nome que eu nunca deixei de conjugar. Vieste. E ofereceste-me a tua boca desenhada a beijos e mar. Vieste. E leste-me os olhos de brumas que, para ti, se abriram. Entendi, trinta luas e um equinócio depois, que o teu abraço, que tanto esperei, era interdito, peregrino, nómada, fluido. Como as marés e as fases lunares, guardiãs que nos sabem e nos velam. Vieste e partiste. Levaste-me a espera e a esperança e os meus dedos de água na tua pele. Deixaste-me a lua. E as marés.

Ni*

(Escrito na sequência da leitura de um texto... que me tocou muito profundamente...)