domingo, junho 29, 2008

NUMA NOITE...






Numa noite com data certa na pureza desta cidade que não cessa de me aveludar a pele



Escrevo-te para te murmurar aquele 'amo-te' que me desenhaste há anos atrás. Murmuro-to hoje porque ainda te amo, embora te negue muitas vezes três vezes, e porque é esse ter-te no negar-te que me mantém viva. Sei que os meus cabelos negros te correm nas veias e o meu nome, que os meus dedos escreveram nos teus poros, morde-te a memória. Sei. Não há nada de ti que não saiba de olhos fechados, como caminho único. Mas o que conheci então é o meu passado. E hoje, frente às minhas mãos onde as linhas que te escrevo se cruzam com as tuas, o futuro chama-se espelho do espelho do espelho do que sempre fomos. Sonho-te todas as madrugadas, de olhos abertos, para de ti receber mais um dia em cada dia. Ou será mais uma vida, em cada vida? E assim, dormente, enroscada na interrogação, sou.



Volta.


Ni*





(Inevitável... escrever... face a um texto que li aqui e aqui... após uma noite de trabalho... de exaustão. E agora... vou dormir com a madrugada...)

terça-feira, junho 17, 2008

O SILÊNCIO DO SAL NA ÁGUA..

Dizes-me que escutas o silêncio das palavras.
Eu sorrio-te.
E na mão que te estendo, poderia colocar letras,
todas maiúsculas,
para que as ouvisses dançar quando lambo a tua pele
e dela faço o meu poema.


Mas sorrio-te, apenas. E olho-te.
Não com um olhar fugidio de quem receia
o encanto de ser encantada...
Mas com olhos de água.


E agora, diz-me...
escutas o silêncio do sal na água?


Ouve.
Ouve bem.
O que te diz? Conta-me... sem pressa.

...

O início de um mundo é apenas o sopro de um nome, sabias?
Murmura o meu...
Ou geme-o.
Ou grita-o.


Pousa o silêncio das palavras sobre a água...
E ousa ser o canto da minha primeira madrugada.

...

Ni*

terça-feira, junho 10, 2008

O ANJO DA TEMPESTADE

POST RECUPERADO DE 2006...

«(...) sabemos que nos falta qualquer coisa, e que essa qualquer coisa que não conseguimos definir, e que é sem dúvida um pedaço da nossa alma, foi retalhada do nosso ser por esse olhar que nos fixou, e levou consigo a imagem em que a nossa essência encontrara a sua mais completa expressão, deixando-nos um vazio que não conseguimos definir, porque para isso precisaríamos das palavras de quem nos roubou a nós próprios.»


Nuno Júdice, O Anjo da Tempestade
...
Soube, desde sempre, desta tristeza da ausência do teu peito, esperando que ela se esquecesse de nascer…
...
CC... Nina... Ni*

segunda-feira, junho 09, 2008

«llevo al aire también el alma toda.»





Llevo al aire las cosas que debiera
esconder, lo más íntimo y oscuro.
No sólo podéis verme el esqueleto,
llevo al aire también el alma toda.
*
Amalia Bautista, in "Hilos de seda"
*

Trago à flor da pele as coisas que devia
esconder, o mais íntimo e sombrio.
Podeis ver o meu esqueleto e não só,
também trago à flor da pele a alma toda.

quinta-feira, junho 05, 2008

momentUM de MULHER


MULHER

©Nina

Uma mulher que te olha e te despe as traições
É felina, certeira, silenciosa, verdadeira.
Nua na dor,
aperta as mãos, onde desarma o desamor.
Menina-Mulher, preserva sonhos, ideais...
Não a magoes mais!
Mergulha no mistério, no segredo,
vê o que é a essência feminina...
Sem medo!
Alquimia, mar calado, lua renovada,
ventre velado e sagrado...
Suspiro abraçado, murmúrio alado.
Então saberás, sentirás,
como és só e incompleto,
sem mim ao teu lado!

Ni*

(escrito há tanto tempo...)

quarta-feira, junho 04, 2008

«TALVEZ NO MAR, EU FEITA ESPUMA ENCONTRE O SAL DO TEU OLHAR...»



Sentir em nós
Sentir em nós
Uma razão
Para não ficarmos sós
E nesse abraço forte
Sentir o mar,
Na nossa voz,
Chorar como quem sonha
Sempre navegar
Nas velas rubras deste amor
Ao longe a barca louca perde o norte.

Ammore mio
Si nun ce stess'o mare e tu
Nun ce stesse manch'io
Ammore mio
L'ammore esiste quanno nuje
Stamme vicino a Dio
Ammore

No teu olhar
Um espelho de água
A vida a navegar
Por entre o sonho e a mágoa
Sem um adeus sequer.
E mansamente,
Talvez no mar,
Eu feita espuma encontre o sal do teu olhar,
Voga ao de leve, meu amor
Ao longe a barca nua a todo o pano.

Ammore mio
Se nun ce stess'o mare e tu
Nun ce stesse manch'io
Ammore mio
L'amore esiste quanno nuje
Stamme vicino a Dio
Ammore
Ammore mio
Si nun ce stess'o mare e tu
Nun ce stesse manch'io
Ammo re mio
L'amore esiste quanno nuje
Stammo vicino a Dio
Ammore