quarta-feira, outubro 18, 2006

EFÉMERA...

Há rotas que semeamos na procura da verdade... são os passos de luz que deixamos pela vida, como traços digitais da nossa essência, ainda que efémeros...

Ao longo do caminho já encontrámos muitas ideias que nos seduziram e habitaram em nós, com a força suficiente para condicionar o nosso sistema de crenças.

No entanto, passado algum tempo, muitas das verdades acabavam por ser abandonadas porque não suportavam as nossas interrogações internas, ou porque uma 'nova verdade', incompatível com aquelas, competia dentro de nós por um mesmo espaço.

Ou simplesmente porque essas verdades deixavam de o ser.

Aqueles conceitos que tinhamos tido como referentes deixavam de o ser e encontrávamo-nos, rapidamente, à deriva. Donos do leme do nosso barco e conscientes das nossas possibilidades, mas incapazes de traçar um rumo fiável.

Lembro-me de uma passagem de O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry:

«Nas suas viagens pelos pequenos planetas da sua galáxia encontrou-se com um geógrafo, que anotava, num grande livro de registo, montanhas, rios e estrelas.

O principezinho quis registar a sua flor (aquela que tinha deixado no seu planeta), mas o geógrafo disse-lhe:

- Não registamos flores, porque não podem tomar-se como referência as coisas efémeras.

E o geógrafo explicou ao principezinho que efémero quer dizer ameaçado de rápido desaparecimento.

Quando o principezinho ouviu isto, ficou muito triste. Tinha-se dado conta de que a sua rosa era efémera...»

E então, por um lado, pergunto a mim própria: será que existem verdades sólidas como rochas e imperturbáveis como acidentes geográficos? Ou será a verdade apenas um conceito que traz em si mesmo a essência da transitoriedade e fragilidade das flores?

E, por outro lado... será que por acaso as montanhas, os rios e as estrelas não estão também ameaçados de rápido desaparecimento?

Quanto é 'rápido' comparado com 'sempre'?

Não serão as montanhas, segundo este ponto de vista, também efémeras...?

...

Há rotas que semeamos na procura da verdade... são os passos de luz que deixamos pela vida, como traços digitais da nossa essência, ainda que efémeros... como tudo.

Ni*



sexta-feira, outubro 13, 2006

BREVIDADE ... Breve idade


(...)

Nasci hoje de madrugada
vivi a minha infância esta manhã
e cerca do meio dia
já passava a minha adolescência.
E não é que me assuste
que o tempo passe por mim tão depressa.
Só me inquieta um pouco pensar
que talvez amanhã
eu seja
demasiado velha
para fazer o que deixei pendente.




quinta-feira, outubro 05, 2006

CUANDO TUS OJOS DEJEN DE BRILLAR




«(...) Se moría mi alma... ni siquiera la llenaban los recuerdos ni los momentos secretos...

...La luna llena se asoma tímidamente... hay nubes que quieren robárnosla y yo casi siento miedo... Tu y la luna sois mi alimento... y no os tengo...

... sentirme tuyo a la luz de cualquier Palencia... dejar que me despidieras como en Casablanca... saber que siempre nos queda París... que siempre habrá un país para que vivan nuestros sueños...

Quizás sea por eso que deseo cambiar el tiempo de estos recuerdos... dejar días transcurridos y ocasiones perdidas por ese presente que aguarda cada vez que te pienso... sentir que el futuro no queda lejos... que lo estoy alcanzando y casi te tengo...

No escribiré más graffitis en los baños de caballeros... sabré encontrarte allí donde estés... para susurrarte con caricias:

Cuando tus ojos dejen de brillar... mi reina... A la luz de mi vela... Mis entrañas estallarán... Busca entonces en los cubos de basura y encontraras un corazón rojo, rojo, rojo... que te anhela
... »

*
.:::.
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Alguém dixit... e eu gostei.