domingo, janeiro 28, 2007

tempUS



MEnina FELINA... em pensamentos soltos... sem tempo.

Ni*

Às vezes pouso a cabeça em certas memórias...
E suspiro...
Deito o olhar para uma nuvem que quer passar...

e não o retiro!

O ideal seria não se dar pela passagem do tempo.
Seria viver dentro dele, como sua partícula natural,

e não temporariamente...
Não me sentir assim...
Como uma estrangeira em visita ao país da eternidade,

cuja Língua ignoro.
Será que sabe a sal ou será doce o que não sei?
Se é espelho de mim, estará à margem da esperada lei...
...

No meu pulso fino, um relógio impõe-me esse tempo.
Quando o homem inventou o relógio estava, no fundo,

a tentar minimizar os estragos
por se ter esquecido de trazer o tempo no coração...
Apenas um fugaz brilho no olhar, desses tempos de Verão.

Como seria perfeito se tratasse a eternidade por 'tu',

ao ponto de me fundir com ela.
Mais felino do que eu, esse tempo, que me foge!
E, no entanto, ele nunca deixa de estar 'lá'.
E eu... 'cá'!

E sorrio, sempre que me cruzo com o horizonte...
Atemporal ponte...
Porque ele me mostra que para a eternidade é indiferente

que esteja no presente, no passado ou no futuro.
Porque acima de tudo 'SOU'.
Não lhe interessa se fico ou se vou!

...

Tempo, verdade, realidade, mundos, segredos...
E sorrio... sorrio...


É que às vezes...
os gatos deixam-se longamente afagar,
como se os deuses fizessem uma cedência ao mundo existente do lado de cá da realidade...
Onde o odor no ar é de algo com a cor da saudade...

...

Aflora-me à memória a canção 'quero o meu primeiro beijo...'

Outro, mais um, desejo...
Um desejo que se perdeu no tempo pode voltar mais tarde.
Ele é mais forte e mais teimoso do que quem o perdeu...

Sorrio de novo...
Algo mais felino e mais persistente do que eu!

'muito mais é o que nos une, que aquilo que nos separa'

E, de repente, a lucidez de que as ideias não dependem de mim.
Eu é que dependo delas!
E agora... tenho de aceitar este novo mistério na minha vida.
Ainda que não vislumbre o começo, quanto mais a saída!

(...)

...Pois é...
uma boa companhia faz pensar, por algum tempo, que não se nasceu só...
Que é ficção a nossa origem no pó.
Que seja, mas será pó de querer... podes crer!
Porque vou decifrar o enigma, e contigo sair do labirinto...

'Haverá gente informada se é amor isto que eu sinto...'



Nina

Lisboa, ao longo do tempo...

(Para ler a ouvir Rui Veloso, 'Primeiro Beijo'... tal como foi escrito)


1 comentário:

Apache disse...

Não há gente (suficientemente) informada, vais ter de ser tu a descobrir ;)