quarta-feira, novembro 12, 2008

«... NOS OMBROS QUE ANSEIAM POR UMA CARÍCIA.»



Há noites assim, em que o tempo pára à nossa frente... e nos interroga se continuamos a corrida ou nos visitamos no passado. E nem o olhamos, a ele, ao tempo, ilusionista sedutor, nas suas permanentes e incandescentes tentativas de tornar o todo num nada. Porque tudo muda, tudo é fluido e frágil... sim, eu sei, e se eu quiser revisitar-me? Se quiser refugiar-me num daqueles dias em que a felicidade escapou aos olhos alheios e perecíveis? Se decidir voltar até mim, ao momento em que me despedi das flores dos dias que tomavam forma num rosto e num nome? E se decretar que a partir de hoje vou espalhando pelo caminho as esperanças de um beijo esquecido nos patamares cá dentro, a que costumam chamar alma? E se declarar que abrirei os braços a rios ébrios de afectos... até nunca me querer saciar? E se te desafiar, tempo, a descobrires todas as vontades depositadas pelos meus olhos em cofres e baús de anjos-poetas?

...

As almas comandam os dias, mas ainda mais as noites. Não tu, tempo. As almas!!! Quando o rasgar da saudade se sente a cada instante nos ombros que anseiam por uma carícia...


Ni*

3 comentários:

C.M. disse...

UF!...

Excelsior disse...

...e se se quiser resgatar, do passado, tudo o que de nós ficou por cumprir? E construir a estrada do futuro, com tais coisas como materiais? E pavimentar esse trilho, com ladrilhos de seda? E ladeá-la com as flores dos dias... que tomarão a forma de tudo o que for mais belo e completo? Isento de dores e desilusões?

"Quando o rasgar da saudade se sente a cada instante nos ombros que anseiam por uma carícia..."

...

Música... difícil, de ouvir. Texto forte. Frase lindíssima...

Ni disse...

A saudade faz-nos assim... Desafiamos até o tempo para não mais deixar esquecer ou considerar perder o que um dia nos acalentou o coração, nos segurou as mãos e nos fez sorrir!

Beijinho grande...