segunda-feira, fevereiro 05, 2007

DEIXA UM ESPAÇO LIVRE...


'Não queiras saber tudo. Deixa um epaço livre para te saberes a ti.'

Vergilio Ferreira

.

:.´*`.:

Esvaziei-me de quase todas as tristezas,

mas deixei, intacta, uma esperança.

Soltei mágoas, presas em palavras

a que troquei as sílabas,

adoçando-as.

Coloquei ilhas de reticências

entre a vida e a dor.

Arrumei o mar no fundo dos olhos

e as asas à superfície da vontade.

E deixei espaço, muito espaço,

para reinventar os momentos

e me recriar.

Ni*

10 comentários:

Catarina Alves disse...

Esvazia as tristezas, solta as mágoas, mas nunca percas a esperança e não deixes que esse mar abandone os teus olhos. Reivindica os momentos mas não deixes de ser quem és.

Abraço

Catarina

☆Fanny☆ disse...

Nina...e como se esvaziam as tristezas?!

Pudesse eu adoçar as mágoas desenhando sílabas de esperança...e colocar um ponto final no vazio em que me afundo.

Pudesse eu recriar as reticências do meu pensar e reinventar esses momentos que me esperam num lugar perdido no tempo.

Este teu poema fez-me bem, amiga!

Esta melodia de paz...estas tuas palavras plenas de sentido...esta tua alma sorrindo para a vida.

Um abraço de estrelinhas*

Fanny

Anónimo disse...

"E deixei espaço, muito espaço, para reinventar os momentos e me recriar."

Gostei =)

Acho que antes de conhecermos os outros... devemos deixar um espacinho livre para nos conhecermos a nós próprios, para conhecermos a nossa essência, para aprendermos a gostar de nós próprios, enfim... para descobrirmos a nossa identidade =)

Acho que já disse coisas a mais!

Beijinhos... ********** =)


LiMa =)

mixtu disse...

Recriar...

esse é o verbus certo...

e passo a explicar,

o que é para mim a vida,

é um nascer todos os dias, por aqui na serra as mulheres não têm 5, 7 filhos... não... têm um filho por cinco, sete vezes...

o dia...

viver intensamente, pois ele é curto...
e se pensarmos muito no dia anterior...
perdemos esse dia...

a noite... serve apenas para descansar ou então como diz virgilio ferreira... muitos dias começam à noite...

Não sei se me expliquei bem, valeu a intenção,

recria-te

beijinhos

Ni disse...

Nani e Lima...

Pessoas com quem partilho, quase todos os dias, um pouco de vida.
Pessoas de quem recebo alegria e carinho imenso...
...
Alunos? :)
...Amigos!

Beijo meu

Ni disse...

Fanny:

:)
...

«Nina... e como se esvaziam as tristezas?!»

... Aqui entram em conjugação dois verbos: crer e querer.

Acredito que somos o que pensamos.
Acredito que somos o que sentimos face ao que pensamos.

Procura as 'pedras brancas' do caminho... elas estão lá, sempre estiveram... só que insistimos em não as ver.

Não persistir na tristeza... ainda que pareça impossível é, porém, a única decisão a nosso favor.

Tudo é uno. Tudo contém o TODO. Tristeza e alegria não existem dissociadas. São perspectivas diferentes, ângulos diferentes, da mesma verdade. Por isso se diz que a luz só existe porque existe a sombra... mas, não são opostos... são exactamente a mesma coisa. A nossa maneira de as ver é que difere.
...


«Pudesse eu adoçar as mágoas desenhando sílabas de esperança...e colocar um ponto final no vazio em que me afundo.»

...

E podes!
Tudo podes na tua vida!
Aliás... só tu podes.

Muitas vezes, vezes demais, atribuímos aos outros, ao que nos é exterior, a causa para o modo como nos sentimos.
É errado, amiga.
Os outros têm sobre a tua vida o poder que tu lhes conferes!

E se tudo podes... transmuta a tristeza em alegria.

«Pudesse eu recriar as reticências do meu pensar e reinventar esses momentos que me esperam num lugar perdido no tempo.»

...
Espaço, tempo... não noções opostas, mas coincidentes.

Ultimamente tenho estudado um pouco (muito pouco) de Física Quântica... nuclear... e a surpresa tem sido inqualificável.
Para nós, pessoas com formação em literatura, o espanto é tanto maior quanto mais percebemos que noções que até aí supunhamos abstractas são comprovadas cientificamente.

A aproximação da ciência ao saber oriental é de uma beleza enorme...

A lei da unidade...

Lê... sente:

'Vazia e calma e livre de si
É a natureza das coisas.
Nenhum ser individual
Na realidade existe.

Não há fim nem princípio,
Nem meio.
Tudo é ilusão,
Como numa visão ou num sonho.

Todos os seres do mundo
Estão para além do mundo e das palavras.
A sua natureza última, pura e verdadeira,
É como a infinidade do espaço'


«Este teu poema fez-me bem, amiga!

Esta melodia de paz...estas tuas palavras plenas de sentido...esta tua alma sorrindo para a vida.»

Fico feliz!
Já teve um sentido, o que escrevi.

Sorriso.

Abraço apertado com saudades.

Ni*

Ni disse...

mixtu...

Tu não és 'comentável'.

Explicaste-te muito bem... de tal modo que o que escreveste é sabedoria pura.

Um dia chegarei lá!

:)

Maria disse...

...Arrumei o mar no fundo dos olhos
e as asas à superfície da vontade...

Como consegues?
Nunca fui capaz, também não sei se quero ser...
Beijo

Ni disse...

Maria:


Sou mar, Maria!

Está-me em todas as células, mas é no olhar que se aninha...

O mar tem lugar único em mim. Lugar cativo, porém livre.
No olhar, de onde lava e purifica com água e sal, todos os momentos, tornando-os eternamente uma 'primeira vez'.

'No fundo do meu olhar, mar
Onde me vestes de marés vivas e me ofereces ao momento...
No fundo do meu olhar, mar
És asa, areia, grito da criação, alento...'

Beijo meu

Ni*

mixtu disse...

Como disse...

Ainda bem que eu me expliquei bem...

senão lá vinha uma lição de como conjugar verbos como fizeste à Fani...

yayaya