quinta-feira, agosto 14, 2008

NINA... SIMONE ('Angel of the morning')


«Just call me angel of the morning...»

Acordei com esta canção na mente e o sol a entrar pelas janelas do quarto...

Acordei com a languidez das felinas que ignoram o tempo. Gostei.

E senti que nada mais tenho a contar ao mundo. Ele é que tem muito a mostrar-me, a murmurar-me... e eu vou senti-lo, ouvi-lo.

Embrulhei em papel de seda o que permaneceu da minha inocência, e vou largar no primeiro porto as marcas das minhas lágrimas, tanto tempo mascaradas de sorrisos de alento usurpado. Talvez, como nas histórias de fadas, as lágrimas se transformem em pérolas e regressem até mim, por um trilho iluminado por almas que muito amaram, só para que eu sorria de novo.

Tu, podes lançar na maresia o desenho do meu ventre tantas vezes, por ti, sugado.
Tu, podes oferecer a uma bela sereia o frémito dos teus dedos, ainda impregnados do calor da minha língua.

E eu, eu com o meu traje de peregrina pagã, errando nesta neblina de ilha por reencontrar, tentarei pressentir para que lado é o mar...



1 comentário:

Anónimo disse...

Acordou muito cedo, e saiu para o mundom, antes de todos acordarem, para que o não vissem deambular entre a calada da manhã e o chamar do sol no alvorecer.
O silêncio, esse acompahou-o todo o dia. Do além ninguém voltaria para lhe dar os parabéns nem para celebrar com ele o dia que ele queria esquecer.
Voltou com a noite e deitou-se com o agasalho da solidão que havia escolhido para aquele dia.