quinta-feira, setembro 06, 2007

...



(...)


Não procuro mais, não penso mais, sigo-me. Encontro-me ao olhar para o mar, devolvo-me ao pegar na caneta e ao fazer dela a espada com que me resgato e combato pelo que sou, pelo que sinto. Ainda que doa. Ainda que não entendas. E em cada dia, página branca e pura, derramo-me em azuis. E, sempre com a cabeça levantada, percorro os caminhos da memória e volto mais forte. Não minto, nem nas palavras nem nos olhos. Que me leia quem me saiba ler.

(...)


Ni*


«E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar... »

Fernando Pessoa



Só mesmo Fernando Pessoa para escrever estas coisas...
Só mesmo eu, para as ler em dias assim...

10 comentários:

Maria disse...

Segue-te. Apenas. E derrama-te em todos os tons de azul. Frente ao mar. Só assim ficas em paz, contigo.

Amanhã o dia é outro... e sorrio-te... pelo amanhã.

Um abraço

Ni disse...

MARIA:

ÉS um dos SERES mais belos que conheço...

Para ti, o meu abraço de vento, o tal que embala...

Gosto-te.

Ni*

Excelsior disse...

Sorrindo, porque vendo-te percorrer o Caminho.

Sorrindo, porque conheço cada palavra.

Sorrindo, porque me lembro dessa parte do Caminho. E onde leva.

Sorrindo, por ter podido "tocar" por instantes aquilo que em ti se assume. Mais e mais.

(...está quase...)

E em silêncio, te sorrio.

Excelsior*
S*

Ni disse...

EXCELSIOR:

Conheces este caminho que percorro.... e onde leva?
Passaste por ponte igual... entre ti e tu mesmo? Tens essa memória? Conta-me...
...

Dizes-me onde conduz?
...
É que a direcção que eu tomei chama-se SOLIDÃO... por opção. Por escolha, não imposição.
Ainda que ninguém o entenda.

Desculpa, Excelsior, mas é o que sinto...

Encolho os ombros, com este meu ar entre o tímido ... de olhos redondos e infantis... e o mergulho na música que me acompanha... e me faz engolir este nó, de tudo o que não direi.

Ni*

Excelsior disse...

"...Complicado, quando os medos da Personalidade interagem de forma desarmoniosa com o Intuir..."

...

(Tanta mágoa, tanta tristeza... E, porque dita de forma tão bela, tão suave, tão terna... ainda mais dolorosa, de se ler, de se sentir...)

(...)

*profundo suspiro... respirando fundo... tentando pesar bem as palavras... porque tão necessário!...*

Mais do que te falar, penso que talvez te deva mostrar mais do que apenas a parte 13, de um certo Caminho...

...Se não já conhecido por ti, muito entenderás. Ou simplesmente, em ti ecoará. (Em mim, de que forma o fez!... Já vão 10 anos...)

*olhar profundo*

(...Pergunto-me a que horas, terá esta tua resposta sido escrita...)

(...Esperando que, quiçá, esse facto possa ser relevante...)

...Essa parte do Caminho? Esse abdicar? Esse abraçar o que é, o que se é, indiferente ao que veja? Com aquela indiferença, que é infinitamente inversa ao desprezo?

Quando a dor, quando o abandono, quando a traição de tudo quanto nos é mais profundo, se assume de tal forma, que o nosso unico caminho é dar mais um passo, para "cima"? Acima de tudo isso?

Abdicando de desejos, de esperanças, de necessidades?

Por Amor? Na sua definição mais pura e plena?

...

...Solidão...

Durante décadas, não uma escolha, para mim. Uma imposição, sim.

Crescente.

Cada vez mais sombria. Mais fria.

Solidão no meio de uma multidão. Solidão entoada num grito imenso, que é feito no meio de cegos surdos-mudos.

Sentir solidão. Num beijo. Num abraço.

Nada.

E, desde há mais de 8 anos, até há pouco, sentir muito mais pungente. Revoltante, por vezes. Revolta tamanha!...

...mas...

...constatar... depois de tanto erro, tanta "pancada", recebida, e por vezes até dada (vergonha minha)...

...que a solidão, é mera ilusão.

Como, estar só, como, sentir-se só, quando o nosso cerne está tão ligado a... a... Tudo...?

Como sentir solidão, quando, sozinhos, abraçamos o vento com o aroma de uma maresia, que nos canta a Canção de um horizonte imenso? Perdido?

Nosso?

Quando o nosso intuir nos mostra o mundo, nas suas verdadeiras cores? Quando vemos a felicidade, nos olhos de a quem tanto bem queremos?

De quem gosta de nós, de uma forma tão fundamental, tão pura?

(...Recordando uma certa manhã de Agosto, na praia, com a minha sobrinha de quase 5 anos...)

*sorriso imenso!*

...

A partir do momento em que o nosso sentir nos permite transcender a própria dor (porque irrelevante, porque inconsequente, porque nada se quer, porque tudo se dá...)

(...todo o bem se deseja, a quem tanto se Ama, sem que se espere nada, nem se precise de nada, em troca... excepto o saber que o objecto de tal Dádiva, está bem...)

A partir desse momento, somos tão livres, estamos tão em contacto com... com... TUDO!...

...e as Melodias, que no âmago do nosso Ser ressoam, são de uma beleza tão pura...

...que a comoção gerada só nos pode fazer sentir Gratidão.

E ninguém nos espera, quando a casa retornamos?

E nenhum abraço, nos recebe?

E nenhum carinho, nos toca?

E ninguém, de nós precisa?

Porque ninguém aqui, a nossa Alma toca, com ela empatiza? Ela, acarinha?

Irrelevante. Porque sós, não estamos. Porque o que for, será. Porque o Amor daquilo que transcende o horizonte fisico, nos permeia.

Porque somos um com o Plano.

Com a imensa Rede de Luz.

Em amoroso Serviço.

Sempre.

Para Sempre.

(...para sempre...)

(...)

...

Ah, Ni... Quanto às palavras... As Palavras, são como águas de um Rio... Quando são contidas por barragens, que nada soltam, elas tendem a galgar margens... a forçar paredes... a rachar e quebrar, com uma pressão louca.

Palavras são como a corrente de um canal. Mesmo que por vezes orientadas, dirigidas... parcialmente retidas...

...no fim, elas não podem ser contidas. Têm... de fluir.

Que na Luz, o fluir do Tudo por ti passe, a ti te toque, as (parcas) ilusões te leve, e que na Paz que disso advém, a dor perca sentido.

Que assim seja.

Excelsior*
S*

Catarina Alves disse...

... E essa espada desenha, um Ser de memórias tão forte... Um Ser tão bonito.

"Não minto, nem nas palavras nem nos olhos."
É, simplesmente verdade... E que saudades que eu tenho de olhar - frente a frente -esses olhos, e de os ler como quem têm à sua frente uma carta escrita não com palavras,(que interessa as palavras?!)mas com sentimentos e emoções...

Gosto-te Ni...

Abraço Azul.

kakauzinha disse...

Querida Ni*

Por vezes temos de nos deixar ir, ainda que a nossa escolha seja a solidão.

Se esse é o nosso caminho definitivo logo saberemos, tendo o poder da escolha. Certezas nunca temos... mas quando escolhemos é porque assim o desejámos.

Mas lembra-te, a solidão faz-nos bem apenas quando dela precisamos, não podemos fazer dela a nossa vida porque precisamos sempre de alguém, de partilhar, e não são apenas os amigos, precisamos daquela pessoa que nos olhe nos olhos, que nos faça uma festa no cabelo, que nos oiça, que nos entenda, que nos dê um ombro para derramar uma lágrima. Precisamos desses momentos especiais.

Obrigada pela tua visita, pelas tuas doces palavras, deixei-te lá mais uma resposta... e eu sei que me entendeste.

Um beijinho grande, um abraço, um vento do "deserto" deste meu sul, um sorriso de sueste****:))))

(Sorrindo ao som de Pavarotti... eterno!)

Cleopatra disse...

Ah NI os caminhos da recordação têm muita pedrinha vidrada. Faz doer.
Por vezes prefiro ficar quietinha e ver de longe o que foi e já não é.
A assistir à morte da saudade...será?

Anónimo disse...

"caminhos da memória e volto mais forte."
Gostei em especial dest frase
Saudações amigas

Anónimo disse...

ler ler ler ler ler ler ....e onde ouvir ec falar? ONDE?