segunda-feira, março 19, 2007

«E OS TEUS OLHOS AMANHECERAM...»




(...)


Amei-te sem ter a certeza da manhã, sem ouvir
o vento que fez bater as janelas num eco do passado,
sem correr as cortinas do mundo para que
ninguém nos visse, sem apagar do teu rosto
o brilho da vida, enquanto as aves dormiam,
e o licor do sonho se derramava sobre os corpos
que cortavam a noite.

Mas ao seguir o seu rumo, o azul
floresceu das cinzas, a música despontou
dos silêncios da madrugada, e os teus olhos
amanheceram quando me disseste que
te amei, sem saber porquê.


O meu 'mestre'... único!

4 comentários:

Rui Gonçalves disse...

"...Amei-te sem ter a certeza da manhã, sem ouvir
o vento que fez bater as janelas num eco do passado. ..."

Muito bonito o poema, em especial este trecho que é o meu preferido.
Quantas vezes amamos, mesmo sem chegar a saber porquê.

Filipe disse...

Um dia, depois de termos dominado os ventos, as ondas, as correntes e a força da gravidade, controlaremos as energias do amor. Então, pela segunda vez na história do mundo, a humanidade terá descoberto o fogo.

PS: obrigado pela visita que me fez, volte sempre que puder.

Amaral disse...

O teu "mestre" tem uma boa aluna, daquelas que apreendem facilmente o sentido e o dissolvem na parte íntima e verdadeira de Si.
Em cada texto, prosa ou poesia, reflectes a maneira especial de "saberes estar"; em cada comentário, a coerência, a sensibilidade, o jeito íntimo de "seres"!...
Por tudo o que "vejo" em ti, felicito a pessoa, o entendimento das coisas e das situações, a coragem, a sabedoria... e o comportamento!

ferreira disse...

Hoje é o dia mundial da Poesia, parabéns à Ni Poetisa;
Hoje começa a Primavera, «amo estas flores », envio-lhe uma tulipa especial!
Abraço,