
por entre as luas,
por entre os veleiros,
por entre as certezas,
E não me deixes voltar à tristeza.
MOMENTOS únicos, irrepetíveis, que devemos 'trincar' com o prazer de quem saboreia a primeira maçã da vida...
Ofereço-te o meu silêncio de ilha secreta,
Se te escrever um poema, voltarás?
A palavra dissipa as brumas brancas,
a memória fica água límpida,
abraçada à minha caligrafia,
e amaina os ventos que nascem no mar de asas,
dentro dos meus olhos.
E eu, que te nego tantas vezes três vezes,
sei que o poema é o único local
onde podemos repetir o lume das nossas mãos.
Se te escrever um poema, voltarás?
*
Ainda que tenha rima branca,
volta...
No azul da palavra saudade,
ou no traço-luz de saliva sobre a minha pele,
que desenhei em cada despedida de silêncio sem rumo.
Diz-me... se te oferecer no poema
cerejas rubras e doces,
em palavras lavadas e renovadas,
sobre a minha nudez espalhadas...
Mel e ambrósia, embalo e banquete
sobre o meu ventre, quente...
Tu virás?
*
Ni*
Ni*
(2007)