sábado, dezembro 05, 2009

«...NOS OMBROS QUE ANSEIAM POR UMA CARÍCIA...»


(Há um ano escrevi assim...
Hoje reli e partilho, de novo... um sentir tão meu, sem data... e uma canção, das tais que me espelham a alma... das que eu canto e me fortalecem o sorriso... )

Há noites assim, em que o tempo pára à nossa frente... e nos interroga se continuamos a corrida ou nos visitamos no passado. E nem o olhamos, a ele, ao tempo, ilusionista sedutor, nas suas permanentes e incandescentes tentativas de tornar o todo num nada. Porque tudo muda, tudo é fluido e frágil... sim, eu sei, e se eu quiser revisitar-me? Se quiser refugiar-me num daqueles dias em que a felicidade escapou aos olhos alheios e perecíveis? Se decidir voltar até mim, ao momento em que me despedi das flores dos dias que tomavam forma num rosto e num nome? E se decretar que a partir de hoje vou espalhando pelo caminho as esperanças de um beijo esquecido nos patamares cá dentro, a que costumam chamar alma? E se declarar que abrirei os braços a rios ébrios de afectos... até nunca me querer saciar? E se te desafiar, tempo, a descobrires todas as vontades depositadas pelos meus olhos em cofres e baús de anjos-poetas?
...

As almas comandam os dias, mas ainda mais as noites. Não tu, tempo. As almas!!! Quando o rasgar da saudade se sente a cada instante nos ombros que anseiam por uma carícia...

Ni*

2 comentários:

Anónimo disse...

"Quando o rasgar da saudade se sente"...quando se sente saudade do que não tivemos, não conhecemos com os olhos, mas conhecemos pela afinidade do sentimento.
Quando ao ler, reler, se sente muita pena de o não ter escrito, fica a saudade de acariciar uns ombros que não se acariciaram.
João Miguel

Henrique Dória disse...

Carpe diem et noctem