terça-feira, julho 17, 2007

À DISTÂNCIA DO FICAR...

O abraço deles enciumou de espanto as luas, na eternidade daquele momento que sabiam roubado à corrente dos dias. E o tempo era uma data sem números... e o espaço era uma pátria só deles, cujo nome era feito de palavras renovadas e puras, emudecidas de prazer...

Ela deixou fluir da voz a lágrima engolida, embalada pela aragem quase quente de muitas vontades reaprendidas, num regresso a um sentir que continha vidas e mares, desertos e violinos, gôndolas e frutos maduros. E sonhos. Muitos. E murmurou-lhe '-Não vás...', como quem lhe desenha na palma das mãos o destino fugidio que estava ali... à distância do ficar...

Ni*

7 comentários:

Célio Soares disse...

A beleza destas palavras, também me enciumam... não tenho a veleidade de medir o alcance de tão profunda reflexão, mas sinto o seu conteúdo e a sua mensagem.
No meio de sibilinas lágrimas, há sonhos belos, únicos, "muitos"...
E nesses sonhos´tudo é possível, até dizer "Não vás..." ou se preferirmos - "Fica..." , quando se tem as mãos vazias de nada e a alma cheia de vontades amortalhadas.
Belo texto, minha cara Ni...como sempre.

Mercúrio disse...

"À distância do ficar"

bonita frase

;)

Amaral disse...

Um abraço, um desenho, uma lágrima engolida...
Como se o momento fosse apenas um murmúrio...

Aprendiz de Viajante disse...

...porque os teus Momentus são sempre especiais, deixei um prémio para ti no meu blog. Um bjo

Cleopatra disse...

ALI:...À distancia do ficar.
É enorme essa distancia Ni...qdo não se quer ficar é uma distancia enorme.

Rui Gonçalves disse...

"...Não vás...', como quem lhe desenha na palma das mãos o destino fugidio que estava ali... à distância do ficar..."

Já o disse, já o pensei e já o senti.

Cleopatra disse...

E o tempo era uma data sem números... e o espaço era uma pátria só deles,


E ele foi..............