«Toda a manhã procurei uma sílaba.
É pouca coisa, é certo: uma vogal,
uma consoante,
quase nada.
Mas faz-me falta.
Só eu sei a falta que me faz.»
É pouca coisa, é certo: uma vogal,
uma consoante,
quase nada.
Mas faz-me falta.
Só eu sei a falta que me faz.»
*
Eugénio de Andrade
Eugénio de Andrade
Toda a manhã procurei uma sílaba.
Numa rima inacabada, no teu nome ausente,
Numa maré alta e ousada, numa memória persistente,
Num verso semelhante ao do Poeta,
Onde geme o encanto do seu ‘amor ardente’.
Toda a manhã procurei uma sílaba.
Escondida nos meus olhos, lá fundo…. no lago,
Suave como o primeiro canto de uma ave, saudade minha,
Com odor a ti, tatuagem que nos poros trago,
Subtil, como o voo quente de andorinha.
Faz-me falta, a sílaba perdida,
Procurei-a no espelho,
Numa rima inacabada, no teu nome ausente,
Numa maré alta e ousada, numa memória persistente,
Num verso semelhante ao do Poeta,
Onde geme o encanto do seu ‘amor ardente’.
Toda a manhã procurei uma sílaba.
Escondida nos meus olhos, lá fundo…. no lago,
Suave como o primeiro canto de uma ave, saudade minha,
Com odor a ti, tatuagem que nos poros trago,
Subtil, como o voo quente de andorinha.
Faz-me falta, a sílaba perdida,
Procurei-a no espelho,
No estilhaço da rima outrora cruzada... e nada.
*
Não a encontrei.
Nem numa vogal esquecida.
Nem numa interjeição mordida, à despedida.
*
Talvez a tenha dado no abraço derradeiro,
Talvez a tenha colocado na tua pele, amor meu,
Ainda e sempre o primeiro.
*
Ni*
Talvez a tenha colocado na tua pele, amor meu,
Ainda e sempre o primeiro.
*
Ni*
8 comentários:
Do amor primeiro que nos fica tatuado no corpo todo. Para sempre...
Abraço, Ni.
MARIA... maresia... mar... lua e dia... sal... abraço e embalo... eco de tanto que calo...
Gosto de ti, Maria!
Adorei
Beijinho
João Miguel
CHEGUEI
Invocaste-me... o meu nome ecoou no cosmos e trespassou o tempo...
Chamaste-me... acordei do flutuante sonho... e ouvi o teu lamento...
Abraçaste o mar... procurando o meu cheiro no vento...
Olhaste o espelho da saudade... e viste a tua metade... de mim sentiste vontade...
Lembraste-me do encontro marcado... do juramento... cheguei... é este o momento...
Aqui... para ti que soubeste ser mulher guerreira... para ti que ninguém conseguiu fazer submissa prisioneira...
Vim para te amar... para em ti me enroscar e o luar fundir com a luz solar...
Cheguei... agora... só tu serás lei... as minhas asas... por ti despirei...
Anjo transmutado em homem amado... é prêmio divino... não é pecado...
Cheguei... por ti e em ti ficarei...
**Nin@**
Lisboa
22/02/2002
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Bjs do ZC
Digo, aqui, o mesmo que disse noutro espaço...
...Bom, sentir o Regresso daquilo que em ti é interminável... O jorrar dessa Fonte de Água Cristalina que mata uma sede, muito específica, da Alma...
...e acrescento: belíssima escolha de imagem... "casa" muito bem, com o texto. Alude à busca da Ascensão... uma Essência, Feminina, procurando graciosamente elevar-se de volta a Casa... à Luz.
...
Parabéns. Simplesmente lindo...
João Miguel:
Obrigada por deixares o teu testemunho amigo de passagem por aqui.
Beijinho
Zé Carlos:
Um texto com quase 11 anos... um dos primeiros que enviei para os grupos de poesia na net!
Obrigada, meu amigo... por ainda se lembrar!
beijinho
Excelsior:
Foi precisamente a imagem que despertou em mim a vontade de escrever algo. Há imagens, sons, sabores, que nos acordam emoções e chamam as palavras.... :)
Fico feliz por teres gostado!
Abraço sentido
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