Há quem escreva pela arte, pela linguagem que lhes nasce da genialidade (a minha escorre-me dos dedos), pela literatura. Esses, sim, são os escritores, os poetas. Eu só escrevo para acariciar. As palavras, uma memória, a mim mesma. E porque eu tinha que encontrar um modo de alongar os braços. E anular distâncias. E encontrar os pássaros sem medo de ir. Há muitas distâncias em mim (e uma enorme timidez). Há quem escreva grandes textos, grandes 'posts', grandes obras. Eu só escrevo bilhetinhos, onde as vírgulas são os meus olhos, e a seguir escondo-os, com todo o cuidado, debaixo dos meus silêncios. Por isso ninguém me lê...
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