«Um mar rodeia o mundo de quem está só» (1),
Dizes-me...
E eu desenho-te,
E eu desenho-te,
no centro da palma da tua mão,
uma linha de água.
Olhas-me,
uma linha de água.
Olhas-me,
como se essa linha te lembrasse
o quanto de ti trouxe nos meus dedos.
Há caminhos verticais, sabias?
Que se descobrem em passos ancestrais,
o quanto de ti trouxe nos meus dedos.
Há caminhos verticais, sabias?
Que se descobrem em passos ancestrais,
porém sempre renovados.
Sim,
Sim,
esses que te levam ao início da memória...
Onde ecoa o meu nome,
que tentaste esquecer.
E o calor da pele do meu peito sobre o teu.
Sim,
Onde ecoa o meu nome,
que tentaste esquecer.
E o calor da pele do meu peito sobre o teu.
Sim,
esses que te lembram o prazer de negar a solidão.
E o querer de querer mais.
E mais.
E o querer de querer mais.
E mais.
Mais!
Podia contar-te o segredo da hora de águas e areias.
Onde o tempo da ausência
E o encontro das aves acontece...
Mas olho-te, em silêncio.
E sorrio.
Num convite para vires até mim
por uma simples linha de água.
Vem descobrir a coragem
De falar de amor, aves, pele, tempo,
sopro, azul, vento...
Agora.
Agora!
Nina Castro
(1) in poema ‘Solidão’, Nuno Júdice
Nina Castro
(1) in poema ‘Solidão’, Nuno Júdice
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