quarta-feira, outubro 07, 2009

PARA VOCÊS, MEUS AMIGOS...



Obrigada pelas palavras, pelos sons e imagens que partilham comigo... pelas soluções que procuram para que recupere qualidade de vida, pelas mãos que me estendem e que suavizam este momento tão fora do meu percurso habitual de alegria.

Por tanto que me têm dado... permitam que vos ofereça uma canção que considero mágica... além do meu abraço de embalo de vento...com velas prontas a seguir rumo à alegria.


Este é apenas um mau momento que vai passar. Essa é a vossa certeza e é também a minha.


Obrigada.


Obrigada a cada um(a) em especial.
Ni*



7 comentários:

Maria disse...

És uma MULHER de força, Ni! Leio-te por aqui abaixo e leio sofrimento. Dor. Mas também leio confiança. E vontade. E isto é o mais importante.
O caminho pode não ser fácil, mas torna-se mais leve se o fizermos acompanhados. Estamos aqui. Para o que for preciso, estou aqui.

Sabes quanto te gosto. E digo-te que é sempre possível encontrar uma asa que se perdeu, e curar uma que se quebrou.

Deixo-te um abraço.
Neste momento chove e gosto de ouvir a chuva. Lava-me por dentro...

Abraço-te, devagarinho, Ni*

Alexia disse...

Olá Ni!

Costumo acompanhar o seu blog há já algum tempo,embora nunca tenha deixado comentários, queria dizer-lhe que gosto imenso da forma sentida como escreve! Faço votos para que tenha rápidas melhoras!

Um abraço e Força!

Alexia

Anónimo disse...

Também eu te agradeço os tão belos momentUS,linda Ni*.
Um beijo
João Miguel

☆Fanny☆ disse...

É assim mesmo Ni*.

É um momento e vai passar. Pensamento sempre positivo, ACREDITA, tem FÉ.

Sorri porque te senti mais animada e com um brilho reluzente de esperança!

Estou contigo SEMPRE!

Um abraço de alma e coração*

Fanny

Anónimo disse...

Os olhos ficaram em tons de água e os lábios cerraram-se fortes como se quisessem estancar aquelas duas janelas da alma, que ficara cinzenta como tudo e todos de repente à sua volta. Ela era metade de tudo para si e agora, onde esperava ajuda, era o fim que a tomava de assalto, anunciando-se num destino sem salvação em que só um milagre seria capaz de contrariar os manuais escritos pela ciência.


Agora só lhe restava, dos homens, que o deixassem viver com ela aqueles que deveriam ser os últimos dias, e dos deuses, que as dores no corpo e na alma fossem paga justa para um destino que fosse outro que o mais esperado.
Não sabia rezar, nem tão pouco a que religião ou a que deuses se dirigir naquela hora e noutras mais que se seguiam, sempre que lhe davam as vestes alvas que o cobriam do contágio e lhe cobravam a entrada na sala vedada aos demais e onde numa peregrinação diária se dirigia venerando e onde a via, prostrada num silêncio entrecortado pelas dores que as feições denunciavam em contracções decoradas pelos gemidos, que eram seus também.


Os olhares complacentes seguiam-no quando entrava e saía depois de a fazer comer a rogo do mais sagrado, qual sacerdote portador do penhor da extrema-unção, em que a permissão da entrada era apenas condição igual à da última vontade concedida a um condenado, que todos esperavam em breve ver executado pela doença fatal.
Os dias eram iguais e cada um, uma dádiva de uma sorte desconhecida, num impasse entre a dor e a vontade de ser mais forte. A alma tolhia-se-lhe ao som das dores, quando brotava da seringa que segurava a custo, o alimento liquefeito com que aspergia a boca ferida em bolhas de qual queimadura, que não aceitava qualquer contacto e corroia o interior do corpo daquela mulher que lhe devolvia um olhar meigo sempre que o via chegar.


O desespero, que a tranquilidade do dever cumprido aquietava, lembrara-o do que lhe haviam dito em tempos idos, de forma quase sacerdotal, sobre o poder das mãos e das suas, quando o coração é colocado nelas, e assim, numa súplica muda traçada em palavras de silêncio numa oração ascensa, passou a estendê-las sobre ela, enquanto o tempo durasse e a vida soprasse no peito que ali jazia ante si, numa quarentena dolorosa e branca.


Cada dia mais, era o construir de uma esperança inesperada mas que desejava acima de tudo, mesmo que não pudesse acreditar numa dádiva que não seria capaz de sentir como sua. Mesmo quando as evidências apanhavam desprevenidos todos quantos ali estavam, cuidando de um fim que não vindo, não sabiam entender no porquê. Nem ele sabia.
Era o tempo que os dias e a vontade ignoram, em que de mãos estendidas ao som de uma prece interior, chamavam a terreiro homens, santos e deuses, porquanto tivessem por ela, o amor que ele sentia e lhe fazia leve, o fardo mais pesado na comunhão que sabia devota.


Haveria de chegar o dia em que feliz, sairia com ela, pela mesma porta por onde entrara vezes sem conta e aí, haveria de cobrir os passos com flores que um sorriso grato espalharia sobre os justos, construído fora o milagre, que ninguém chegaria a compreender.
Os olhos, esses, ficariam de novo em tons de água e os lábios haveriam de cerrar-se fortes como se quisessem estancar aquelas duas janelas da alma, agora da cor do céu e do sol, como tudo e todos à sua volta nesse dia.
Ela, continuava a ser metade de tudo para ele e agora, era num abraço que juntos anunciavam que aos manuais escritos pela ciência faltava um pouco mais do saber dos deuses e do poder das Mãos, que só agora, ele começava a descobrir.

(À memória de minha Mãe, para bem de outros)


" A coisa mais difícil para o homem, é o conhecimento próprio" (provérbio árabe)

Boa sorte Nina.

Lia disse...

Linda música.

Anónimo disse...

Será o castelo de contos de fadas de Saumur ?
Deve ser aí a tua casa !

João Miguel