(...)
Ni*
(Conceição Castro)
Não recuo perante o querer.
Não desisto do crer.
Não adormeço a ousadia
sob os lençóis do tempo.
Nem me aprisiono ao medo!
Tenho sempre por rumo e destino
a alvorada no meu olhar.
Há sempre em mim uma súplica
Atraindo-me os olhos, os passos,
para o que chamam 'risco'.
Eu arrisco!
Espreita-me o desafio, o desconhecido...
Mas não cedo, tão cedo,
ao lago estagnado do caminhar comandado.
Sou de sóis, de luas e de lutas.
Antecipo-me a saber das flores
Que podem brotar nos meus caminhos...
Mesmo sob muralhas de espinhos,
Aspiro e respiro com avidez
a fragrância da vida!
Não submeto o meu coração
Aos ditames da busca da certeza.
Como o pão na cama
Faço amor sobre a mesa!
É de arrepios e estremecimentos
Que a pele também respira!
Permito-me a nudez da dúvida...
A partir de agora...
Caminho vestida de branco...
E só sei que amo a aurora...
Nada sei de gestos contidos
Solto-me em atitudes e sentidos!
Não escondo as impressões digitais
Das portas que vou abrindo.
Nem ponho luvas nas minhas mãos
Quando elas clamam por carícias...
...
Assumo!
Mudei de rumo.
Sou mulher que saboreia os jasmins
E já que todos os caminhos não têm fins...
Bebo as tuas palavras, faladas,
que têm o travo de framboesas e delícias.
Ni*
... num momento...
9 comentários:
Olha a tua sósia!;)
(És mais bonita)
Fiquei quase sem palavras.
Abençoado O momento... e a quase rebeldia que te leio...
Abraço-te
Eche Eva feita mulher!
Feita querer e paixão e sangue!
Abençonhada realidade transmutada nas tuas palavras.
Em que caminhos pões teus passos,
Que sol poente buscas,
no sagrado e profano da vida.
Em que lago derramas teu corpo,
ora cansado ora sedento.
Onde?
Que seja a espada em tua mão,
o bastão desses caminhos bem fadados onde te encontras e perdes.
Que a mesa onde em espamos pereces seja sempre o resucitar que te impõem as palavras escritas, gritadas em silencio.
Segue pois incertamente certa nesse impulso ora humano ora divino.
Nessa metafisica realidade que te faz ser mulher!
Talvez um dia,
Nossos passos se cruzem debaixo do velho carvalho lá,
Na aurora do sagrado poente!
...Sorri...mesmo na tua ausencia
Cheias de força e de ternura, também. Inspiração abençoada!Lindo!
Beijos
Há oito anos não faltavas no meu aniversário.....
Bjs do ZC
Minha querida!
Ler algo assim nos deixa naquela divisoria entre o horizonte e o sonho...e mexe dentro de nos algo como uma terra revolta..que traz sementes...de novas flores.
Um beijo muitoooooooooo carinhoso, um abraco apertadoooooo!
Feliz Natal!
Mary
Gosto de ver os amigos felizes!
Beijo.
Serena e imóvel,
a rã
olha as montanhas
Haiku de Matsuô Bashô
Tão humano, tão angelical... Tão presente, tão (e)terno!
Enviar um comentário