Saudades de ti, PAI!
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Creio que nunca serei 'forte' como gostarias... ensinaste-me a não ter medo das trovoadas... a correr firme para os saltos na ginástica... a sorrir quando a emoção dava um nó nas palavras. Ensinaste-me que a verdade é o único caminho... que a chuva é uma benção tal como o sol... e o prazer de mergulhar no mar. Já dei alguns passos atrás, sabes pai... mas a seguir compensei-os com um andar firme e atravessei medos... alguns Adamastores... e outros bem reais. Ensinaste-me a olhar para os olhos das pessoas quando falam connosco... e o valor de dar o melhor de nós, sempre, em tudo o que fazemos.
Agradeço-te, tanto, tudo o que me ensinaste...
Mas hoje, agora... precisava que me ensinasses como voltar a acreditar nas pessoas. Voltar a confiar. E ninguém me vai conseguir ensinar, pai...
Ni*
«Há um grande cansaço na alma do meu coração. Entristece-me quem eu nunca fui, e não sei que espécie de saudades é a lembrança que tenho dele. Caí contra as esperanças e as certezas, com os poentes todos.»
Bernardo Soares (semi-heterónimo de Fernando Pessoa... assim designado por ele mesmo.)